Israel proíbe o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de entrar no país
Em um cenário de crescente tensão no Oriente Médio, líderes mundiais buscam soluções diplomáticas para evitar uma ampliação do conflito entre Israel e Irã, após o maior ataque de mísseis iraniano contra território israelense. Durante uma reunião de emergência realizada nesta quarta-feira (2) pelo G7, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que todos os líderes do grupo concordam que Israel tem o direito de responder aos ataques, mas ressaltou a importância de que qualquer retaliação seja proporcional.
A reunião, convocada às pressas pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, presidente rotativa do G7, ocorre em um momento crítico para a diplomacia internacional. O ataque de mísseis do Irã contra Israel, considerado o maior da história entre os dois países, aumentou as preocupações de um conflito regional de larga escala, que traria consequências imprevisíveis para a estabilidade global.
Israel reage ao ataque e proíbe entrada de Guterres
Em resposta à escalada das hostilidades, o governo israelense proibiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, de entrar no país, declarando-o “persona non grata”. A medida foi anunciada após Guterres não ter condenado prontamente o ataque iraniano em sua declaração inicial. O ministro das Relações Exteriores de Israel criticou a postura do chefe da ONU, acusando-o de parcialidade e falta de firmeza na condenação do Irã.
Somente no dia seguinte, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, Guterres condenou veementemente o ataque iraniano, enfatizando que, assim como havia feito em abril, rejeitava qualquer agressão desse tipo. Contudo, a declaração tardia não evitou o mal-estar diplomático entre Israel e a ONU, agravando ainda mais as tensões na região.
Acusações mútuas na ONU
A reunião do Conselho de Segurança da ONU foi palco de acusações mútuas entre os embaixadores de Israel e do Irã. Danny Danon, embaixador israelense, afirmou que o Irã pagará um “preço alto” pelo ataque, enquanto o representante iraniano advertiu que Israel “não ficará impune” por suas ações militares. O confronto verbal no fórum diplomático reflete a gravidade do momento, em que os dois países trocam acusações de serem “Estados terroristas”, enquanto o restante do mundo observa com preocupação a escalada da violência.
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O ataque iraniano também fez referência ao Hezbollah, grupo extremista apoiado pelo Irã e com forte presença no Líbano, país que, nas últimas semanas, tem sido alvo de ataques israelenses em resposta ao avanço das atividades do grupo na região.
Reações internacionais
Os líderes globais presentes na reunião do G7 reafirmaram que um conflito regional não interessa a nenhuma das partes envolvidas e que uma solução diplomática ainda é possível. O governo francês, por exemplo, condenou o ataque do Irã a Israel e ofereceu apoio militar para ajudar a interceptar os mísseis disparados. O Reino Unido também se uniu ao esforço internacional para conter a crise.
Em contrapartida, países como a China e a Rússia apelaram por moderação. Ambos os governos pediram prudência ao Oriente Médio, alertando para o risco de uma escalada maior que poderia desestabilizar ainda mais a região. O Egito, por sua vez, condenou o que chamou de uma “escalada perigosa” por parte de Israel no sul do Líbano, em referência aos ataques contra o Hezbollah.
No Vaticano, o Papa Francisco expressou sua profunda preocupação com o aumento das tensões. Durante uma audiência, o pontífice classificou o momento como uma “hora dramática da nossa história” e anunciou que no dia 7 de outubro, um ano após o massacre do Hamas em Israel, haverá um dia de orações e jejum pela paz mundial.
Contexto do conflito
A recente troca de hostilidades entre Israel e o Irã acontece em meio a uma situação já tensa na região. O Irã, há muito tempo, é acusado por Israel e seus aliados de apoiar grupos armados que lutam contra o Estado judeu, incluindo o Hezbollah e o Hamas. Por outro lado, o Irã alega que Israel é responsável por atos de agressão contínua no Líbano e na Síria, onde realiza bombardeios aéreos frequentes contra alvos considerados militares.
O programa nuclear iraniano também é um ponto de discórdia, com Israel expressando repetidamente sua oposição a qualquer tentativa do Irã de desenvolver armas nucleares. Embora o governo israelense tenha cogitado ações militares preventivas contra as instalações nucleares iranianas, Joe Biden declarou na reunião do G7 que os Estados Unidos não apoiam um ataque militar desse tipo, ressaltando que a diplomacia ainda deve ser priorizada.
Escala da retaliação israelense
Apesar das tentativas internacionais de moderação, Israel prometeu uma retaliação à altura, embora a escala dessa resposta permaneça incerta. As autoridades israelenses, até o momento, concentram seus esforços na defesa do território contra os ataques iranianos e na contenção das atividades do Hezbo.