Descoberta nova gravura paleolítica de um cavalo no Vale do Ocreza em Mação

Mação, Portugal — Uma nova descoberta arqueológica tem causado grande entusiasmo na comunidade científica e entre os estudiosos da arte rupestre. Uma gravura paleolítica representando um cavalo foi encontrada recentemente no Vale do Ocreza, na região de Mação. A descoberta, feita por uma equipe de arqueólogos e investigadores locais, acrescenta uma peça valiosa ao já extenso repertório de arte pré-histórica conhecido na Península Ibérica.

A gravura, incrustada em uma parede rochosa ao longo do vale, exibe o contorno de um cavalo com um impressionante nível de detalhe, característico da arte do Paleolítico Superior. Segundo os especialistas, a representação do animal, que é um tema recorrente na arte pré-histórica, reflete a relação íntima entre os seres humanos do Paleolítico e as espécies de grandes mamíferos que habitavam a região.

Um achado raro e significativo

A equipe responsável pela descoberta inclui arqueólogos da Universidade de Lisboa, do Instituto Politécnico de Tomar e do Museu de Arte Pré-histórica de Mação. Este último, que já possui um acervo importante de descobertas semelhantes, será o local de estudo e preservação desta nova gravura. A investigadora principal, Dra. Mariana Costa, destacou a importância do achado, classificando-o como “uma contribuição significativa para a compreensão da arte paleolítica e do comportamento simbólico dos primeiros habitantes da região.”

De acordo com Costa, a gravura foi datada preliminarmente de 20.000 a 25.000 anos, correspondendo ao período do Paleolítico Superior, quando os primeiros humanos modernos já habitavam a Europa Ocidental. “As gravuras de cavalos são bastante comuns na arte rupestre deste período, o que sugere que estes animais desempenhavam um papel central no imaginário dos nossos antepassados,” comentou Costa.

A descoberta foi feita durante uma pesquisa sistemática na área, que tem sido um ponto de foco para arqueólogos devido à abundância de sítios pré-históricos no Vale do Ocreza. A região é conhecida por abrigar uma rica concentração de vestígios do Paleolítico, com várias grutas e superfícies rochosas decoradas com pinturas e gravuras que remontam a períodos muito antigos da pré-história.

Detalhes da gravura e técnicas utilizadas

A gravura recém-descoberta mede cerca de 40 centímetros de comprimento e foi esculpida com uma técnica de incisão fina. O cavalo é representado em perfil, com destaque para a cabeça, crina e patas. As proporções anatômicas do animal indicam um alto grau de habilidade artística, o que reforça a ideia de que os seres humanos daquela época tinham uma compreensão avançada das formas e movimentos dos animais ao seu redor.

Os arqueólogos explicam que, durante o Paleolítico Superior, os artistas pré-históricos usavam ferramentas rudimentares de pedra e ossos para esculpir as figuras nas superfícies rochosas. A escolha do cavalo como tema pode estar associada ao seu papel na subsistência humana, seja como uma fonte de alimento ou como um símbolo de poder e prestígio dentro das sociedades da época.

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Além da representação do cavalo, foram encontradas outras gravuras menores e menos detalhadas na mesma superfície rochosa, incluindo o que parecem ser formas geométricas e traços abstratos. Esses achados complementam a gravura principal, sugerindo que o local pode ter sido utilizado para diferentes tipos de expressões artísticas ao longo do tempo.

Conservação e estudo futuro

O próximo passo para os arqueólogos será a preservação da gravura e a realização de estudos mais detalhados para confirmar a sua datação e entender melhor o contexto em que foi criada. Técnicas avançadas de análise, como a fotogrametria 3D e a análise química das rochas, serão empregadas para preservar digitalmente a obra e fornecer mais informações sobre as condições ambientais e culturais do período em que foi feita.

O Museu de Arte Pré-histórica de Mação também se prepara para abrir uma nova exposição dedicada a essa e outras descobertas recentes, destacando a importância da região para o estudo da arte rupestre europeia. Segundo o diretor do museu, Dr. João Freitas, “essa descoberta reforça a posição de Mação como um centro de referência internacional para o estudo da arte pré-histórica e das primeiras formas de expressão simbólica humana.”

A gravura do cavalo agora se junta a outras importantes descobertas de arte paleolítica na região, como as gravuras e pinturas encontradas em grutas próximas, consolidando ainda mais o Vale do Ocreza como um local de grande valor arqueológico e histórico.

Impacto no turismo e na comunidade local

Além de sua importância científica, a descoberta pode também ter um impacto positivo no turismo local. A região de Mação já é conhecida por atrair visitantes interessados em arqueologia e pré-história, e a nova gravura deve aumentar ainda mais o fluxo de turistas e estudiosos para a área. O município de Mação, em parceria com o museu, planeja desenvolver novas rotas turísticas que incluam visitas guiadas aos sítios arqueológicos e atividades educativas para o público em geral.

A preservação e promoção desses achados são vistas como uma oportunidade para fortalecer a economia local e ao mesmo tempo garantir a proteção e estudo contínuo desses vestígios únicos do passado humano.