Manifestantes na Geórgia saem às ruas pela terceira noite consecutiva devido à paralisação das negociações com a UE.

**Manifestantes na Geórgia saem às ruas pela terceira noite consecutiva devido à paralisação das negociações com a UE**

Nos últimos dias, a Geórgia tem sido palco de intensos protestos, com centenas de manifestantes tomando as ruas em resposta à paralisação das negociações de adesão do país à União Europeia (UE). A situação se agravou nas últimas noites, resultando em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança, que levaram à detenção de centenas de pessoas.

A origem desse descontentamento remonta a um histórico complexo em que a Geórgia busca uma integração mais profunda com o Ocidente, especialmente após a guerra de 2008 com a Rússia, que resultou na ocupação de partes de seu território. Desde então, a Geórgia tem se esforçado para se aproximar da UE e da OTAN, mas as dificuldades políticas internas e a pressão externa da Rússia têm dificultado esse processo.

Os protestos aumentaram significativamente após o governo georgiano anunciar a suspensão das negociações com a UE, frustrando as expectativas de muitos cidadãos que viam na adesão uma esperança para um futuro mais próspero e seguro. A insatisfação pública culminou em manifestações massivas nas principais cidades, especialmente em Tbilisi, onde os manifestantes exigem clareza e compromisso do governo em relação às políticas de integração europeia.

Durante as duas primeiras noites de protestos, os manifestantes enfrentaram uma repressão pesada, com a polícia utilizando bombas de gás lacrimogêneo e outras táticas para dispersar a multidão. O governo, por sua vez, tem enfrentado crescentes críticas por sua abordagem à questão, em um contexto onde a população já demonstra um cansaço com as promessas não cumpridas e a falta de progresso nas negociações com a UE.

A situação se torna ainda mais tensa em um momento em que a Geórgia precisa mostrar sua resiliência e determinação para fortalecer seus laços ocidentais, especialmente à luz da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. O apoio ocidental à Geórgia é vital, tanto por razões de segurança quanto econômicas, e muitos georgianos acreditam que a adesão à UE é um passo crucial para consolidar a soberania e garantir um futuro mais estável.

Com as manifestações continuando em uma terceira noite consecutiva, o governo georgiano está sob pressão para ouvir as demandas da população. Muitos manifestantes levantam bandeiras da UE e entoam canções patrióticas, reafirmando seu desejo de se afastar da influência russa. O apelo por uma maior transparência nas negociações e uma resposta mais efetiva às preocupações sociais e econômicas é o fio condutor que une os protestos.

Sejam quais forem os desdobramentos nos próximos dias, é evidente que a luta da Geórgia por uma maior integração com a Europa está longe de terminar. Os olhos do continente estão voltados para Tbilisi, e as decisões que o governo tomar a partir de agora terão um impacto profundo não apenas sobre o futuro da Geórgia, mas também sobre a dinâmica geopolítica na região do Cáucaso.