Ministro da Educação admite que mais de 200 mil alunos ainda estão sem aulas, mas faz balanço positivo do início do ano letivo

Ministro da Educação admite que mais de 200 mil alunos ainda estão sem aulas, mas faz balanço positivo do início do ano letivo

O Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, reconheceu que mais de 200 mil alunos ainda não começaram as suas aulas, mas fez uma avaliação positiva da primeira semana do ano letivo, afirmando que o arranque foi marcado por “tranquilidade e normalidade”. “As comunidades escolares estão empenhadas, tanto os diretores como os professores. Conseguimos garantir uma certa tranquilidade, o que é essencial para o início de qualquer ano letivo”, destacou o ministro.

Fernando Alexandre falava durante a inauguração das obras de modernização da Escola Básica de Prado, em Vila Verde, no distrito de Braga, onde também reconheceu os desafios que ainda persistem, nomeadamente a falta de professores. “Ainda há demasiados alunos sem aulas. Os números mudam constantemente, mas estimamos que mais de 200 mil alunos estejam sem aulas neste momento”, admitiu o ministro, frisando que o Governo está a tentar resolver a situação com medidas emergenciais.

Medidas para colmatar a falta de professores

O ministro reforçou que, desde que assumiu a pasta da Educação, sempre reconheceu que o problema da falta de professores é de difícil resolução e que “não se resolve de um dia para o outro”. No entanto, destacou o esforço que tem sido feito pelas direções escolares para mitigar os efeitos da falta de docentes, utilizando os recursos disponíveis da melhor forma possível. “A gestão dos recursos pelas direções das escolas tem sido fundamental para garantir que o maior número de alunos possível tenha acesso às aulas”, afirmou.

Para tentar resolver o problema, Fernando Alexandre anunciou que está a decorrer um concurso de contratação para as áreas mais afetadas pela escassez de professores. “Abrimos vagas para 2.309 professores em escolas que identificámos como mais carenciadas”, revelou. O ministro reconheceu que “ainda faltam milhares de professores” e espera ter, em breve, dados mais concretos sobre a situação para poder avançar com soluções mais eficazes.

Falta de incentivos para atrair professores

Fernando Alexandre sublinhou também que um dos principais desafios na contratação de professores é a falta de incentivos adequados para atrair docentes para as regiões onde são mais necessários. “Em Portugal, temos quase 20 mil professores que poderiam estar a dar aulas, mas que não estão colocados. Precisamos de criar incentivos para que esses professores aceitem trabalhar nas zonas com maior carência”, explicou.

O ministro garantiu que o Governo está a trabalhar em “múltiplas frentes” para garantir que as medidas adotadas têm impacto positivo e para tentar resolver o problema a curto e longo prazo. “As medidas que estamos a implementar já estão a surtir efeito, mas ainda temos um caminho a percorrer”, afirmou.

Professores reformados como solução temporária

Uma das soluções emergenciais que o Governo está a considerar é trazer de volta professores reformados para o sistema de ensino. Fernando Alexandre acredita que será possível reintegrar cerca de 200 professores aposentados para ajudar a suprir a falta de docentes. “Fixámos o objetivo de trazer 200 professores reformados de volta, e acredito que não será difícil atingirmos esse número”, disse.

O ministro explicou que muitos professores que se reformaram estavam desiludidos com os rumos que a educação estava a tomar, mas que, com a valorização da profissão e o reconhecimento da importância da sua missão, esses professores podem sentir-se motivados a voltar. “Se sentirem que o seu trabalho é valorizado e que são essenciais para resolver um problema grave no sistema educativo, acredito que muitos responderão ao nosso apelo”, concluiu.

O desafio de garantir educação para todos

A falta de professores tem afetado milhares de alunos em Portugal, mas o ministro da Educação mantém-se otimista quanto à capacidade do sistema para enfrentar os desafios. Ele elogiou a colaboração entre o Governo, as autarquias e as direções escolares para tentar minimizar o impacto da falta de docentes e garantir que o máximo de alunos possível tenha aulas.

No entanto, Fernando Alexandre reconhece que a situação ainda está longe de estar resolvida. “Precisamos de mais professores e de mais incentivos para garantir que o sistema funcione de forma adequada”, afirmou. O ministro compromete-se a continuar a trabalhar para que, nas próximas semanas, haja um diagnóstico mais claro e rigoroso sobre a falta de professores e as medidas necessárias para superar este problema.

Conclusão

Apesar de o início do ano letivo estar a ser marcado por desafios, nomeadamente a falta de professores que afeta mais de 200 mil alunos, o Ministro da Educação considera que o arranque das aulas decorreu de forma tranquila. O Governo está a adotar medidas emergenciais e a implementar incentivos para atrair mais docentes, ao mesmo tempo que tenta mobilizar professores reformados para ajudar a colmatar as lacunas existentes.

O balanço feito por Fernando Alexandre é positivo, mas o ministro admite que há muito trabalho pela frente para garantir que todas as crianças e jovens em Portugal tenham acesso a uma educação de qualidade e sem interrupções.

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